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Por que Wanessa, Claudia Leitte, Sandy & Junior e Kelly Key não estouraram lá fora? Spoiler: talento não basta

Será que o erro tá nos artistas? Na falta de preparo? Ou será que o mercado internacional ainda não aprendeu a valorizar o que temos de melhor?

Fabiana Bertoreal
Por: Fabiana Bertoreal Fonte: assessoria de imprensa
21/04/2025 às 16h00

De vez em quando, bate aquela empolgação: artista brasileiro começa a cantar em inglês, anuncia feat internacional, muda o visual... e pronto!

A internet já sonha com o próximo grande nome do Brasil no mundo. Mas aí o tempo passa e... nada acontece. Alguns hits até viralizam, mas a carreira internacional mesmo, com turnês e fãs gringos fiéis, não vem.

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A verdade? Nem sempre talento e sucesso no Brasil garantem espaço lá fora — e a gente tem alguns exemplos que provam isso.

A convite do Bertoreal na Mídia, a produtora executiva Vanessa Abreu, que é especializada em internacionalização de carreiras artísticas, analisou por que artistas como Wanessa Camargo, Claudia Leitte, Sandy & Junior e Kelly Key não conseguiram se firmar no cenário internacional. E o papo foi reto.

"Ser famoso aqui não garante nada lá fora"

Vanessa já viu de perto o que rola nos bastidores de quem tenta emplacar fora do país — e não romantiza a jornada.

“Já vi artista sair ovacionado de um show em São Paulo e ser completamente ignorado em um evento em Londres. Lá fora, você precisa quase começar do zero — e muita gente não tem paciência ou humildade pra isso”, dispara.

Pra ela, o problema começa quando o artista acha que pode repetir a mesma fórmula que funciona no Brasil e esperar os mesmos resultados. “O público internacional é exigente. Não basta traduzir a música — tem que traduzir a proposta inteira”, explica.

Quando o plano não sai como o esperado

Wanessa Camargo tentou a sorte no início dos anos 2000 com uma pegada pop voltada ao mercado gringo. Chegou a cantar em inglês, mudar o visual e se inspirar em Britney Spears — mas faltou identidade. “A gestão de imagem era inconsistente, e o público não entendia quem ela queria ser”, diz Vanessa.

Claudia Leitte teve até single com rapper internacional, fez show nos EUA e lançou música em inglês. Mas… ficou por aí. “Ela não construiu uma narrativa. Faltou continuidade, planejamento de marca e adaptação ao novo público.”

Sandy & Junior também gravaram um álbum em inglês e flertaram com o mercado latino e americano, mas esbarraram em dois grandes desafios: o reposicionamento de imagem e as barreiras culturais. “Eles eram gigantes no Brasil, mas fora daqui ainda precisavam se provar — e o tempo de resposta internacional é outro”, explica.

Kelly Key apostou em turnês e faixas voltadas ao público dos Estados Unidos. Mas sem equipe global, estrutura de distribuição ou engajamento real com novos fãs, ficou difícil decolar. “Faltava base. Não adianta só gravar nos EUA se o público de lá nem sabe quem você é.”

Quem quer ser global tem que entender o jogo

Vanessa é categórica: se o artista não se conecta com a cultura do país onde quer atuar, dificilmente vai conquistar espaço.

“Quando comecei a estudar espanhol, tudo mudou ao entender a essência da cultura mexicana. O mesmo com o inglês. Só fluiu quando mergulhei na raiz da cultura americana”, conta.

Ela traz o exemplo de Bruno Mars no Brasil, que viralizou ao se jogar na nossa cultura. “Ele dançou funk, usou gírias, foi pra Lapa e ainda flertou com uma 'gatinha' no telefone. Não foi forçado. Foi conexão real.”


E agora, Brasil?

Será que o erro tá nos artistas? Na falta de preparo? Ou será que o mercado internacional ainda não aprendeu a valorizar o que temos de melhor?

A verdade é que não existe fórmula mágica, mas existe algo que é regra: quem quer se tornar global precisa ir além da música. Precisa ter estratégia, paciência, humildade e uma equipe que entenda o mundo. Literalmente.

Enquanto isso, seguimos torcendo pra próxima leva de artistas brasileiros fazer diferente — e fazer história.

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