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Auxílio ou luxo? Relatório aponta uso de fundos indevidos à Covid-19 por artistas famosos

Os fundos oriundos do programa Shuttered Venue Operators Grant (SVOG) tinham como objetivo apoiar empresas ligadas a shows e turnês, mas registros financeiros indicam gastos extravagantes e desvios de interesse

19/12/2024 às 21h32 Atualizada em 19/12/2024 às 21h55
Por: Redação Fonte: 'Business Insider'
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Lil Wayne, Chris Brown, Alice in Chains e outros grandes nomes da música estão no centro de uma polêmica após um relatório do site Business Insider revelando o uso indevido de recursos federais destinados ao auxílio emergencial da indústria de entretenimento ao vivo durante a pandemia.

Os fundos oriundos do programa Shuttered Venue Operators Grant (SVOG) tinham como objetivo apoiar empresas ligadas a shows e turnês, mas registros financeiros indicam gastos extravagantes e desvios de interesse. O senador Gary Peters chamou a situação de “abuso de recursos federais”.

Luxo em vez de necessidade

A empresa de Chris Brown, da CBE Touring, recebeu US$ 10 milhões (cerca de R$ 60 milhões). Metade desse valor teria sido previsto para despesas pessoais do cantor, incluindo US$ 80 mil para sua festa de 33 anos e US$ 24 mil para transportar seu ônibus de turnê ao México, onde ficou parado por um mês, sem shows.

Lil Wayne, por sua vez, teria utilizado parte dos US$ 9 milhões que recebeu em itens de luxo, como US$ 1,3 milhão em jatinhos particulares e mais de US$ 460 mil em roupas de grife. Além disso, cerca de US$ 15 mil foram gastos em passagens aéreas e hospedagem de luxo para acompanhantes.

Tragédia e Descaso

O relatório também expõe a situação do Alice In Chains. A empresa responsável pelas turnês da banda, a AIC Entertainment, recebeu US$ 4,1 milhões para pagar equipe e locação de equipamentos, mas nenhum centavo foi destinado a assistência médica. Essa decisão deixou o técnico de guitarra e fotógrafo Scott Dachroeden desamparado quando foi diagnosticado com câncer em 2022. Sem apoio financeiro, ele recorreu a uma vaquinha on-line e faleceu no início deste ano.

Enquanto isso, os membros da banda, Jerry Cantrell, Sean Kinney e Mike Inez, receberam valores individuais que somam mais de US$ 2,7 milhões.

Silêncio dos acusados

Até o momento, nenhum dos artistas ou suas equipes se manifestaram sobre as discussões. O caso reacende debates sobre a fiscalização de programas de ajuda e a ética no uso de recursos destinados a crises.

A revelação gera questionamentos não apenas sobre os artistas envolvidos, mas também sobre a gestão desses fundos por parte das empresas responsáveis ​​e o impacto na contrapartida da indústria do entretenimento.

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